O presidente do Brasil luta para manter o poder

Milhares de manifestantes pediram que o presidente do Brasil, Michel Temer, deixasse o cargo, já que ele perdeu mais um conselheiro chave em meio a uma crise política cada vez mais profunda.

Temer está lutando para manter o poder após a liberação de uma gravação que parece capturá-lo aprovando o dinheiro do silêncio para um ex-legislador condenado. O presidente está resistiu aos pedidos de demissão e disse que vai lutar contra as acusações. O tribunal superior do Brasil está investigando ele por suposta obstrução da justiça e envolvimento na corrupção passiva.

Mesmo antes do escândalo quebrou, a popularidade de Temer foi baixa, em parte por oposição às reformas econômicas que ele está tentando impulsionar o Congresso. Vários de seus aliados e assessores também foram apanhados em uma ampla investigação de corrupção que liderou empresários e políticos seniores.

Assessores especiais

Apenas um dos cinco assessores especiais do presidente agora continua acompanhando a renúncia quarta-feira do ex-legislador Sandro Mabel, um dos três que estiveram ligados a alegações de corrupção. Mabel publicou uma carta dizendo que ele precisa passar mais tempo com sua família.


Em Brasília, a capital, milhares de manifestantes marcharam para o Congresso em um esforço para parar as reformas propostas para o sistema de aposentadoria do país que os sindicatos e outros dizem que forçará os brasileiros a trabalhar muitas horas e reduzirá injustamente as pensões. Temer diz que essas e outras reformas são necessárias para arrastar a economia de uma profunda recessão.

Mas os manifestantes também apontaram para o próprio presidente, gritando "Fora com Temer!" E carregando sinais que exigem eleições presidenciais diretas imediatas. Se Temer renunciar, a Constituição diz que o Congresso votaria para eleger o próximo presidente, que teria poder até o final de 2018. Mas muitos brasileiros, enojados com a classe política, querem se votar.

A visão do Guardião sobre a corrupção brasileira: o público merece uma voz
Editorial: As acusações explosivas enfrentadas pelo presidente do Brasil, Michel Temer, são apenas a última manifestação de um escândalo extenso. Uma solução política rápida não resolverá os problemas.

Manifestação pacífica

Enquanto a manifestação era inicialmente pacífica, a polícia e os manifestantes começaram a se chocar quando o protesto se aproximou do Congresso. Polícia em equipamentos de motim, alguns a pé segurando escudos e outros a cavalo, alinhados perto da câmara.

Nas imagens de televisão, a polícia podia ver pulverização de gás lacrimogêneo ou spray de pimenta em manifestantes e de detenção de outros que tentavam atravessar um cordão. No Rio de Janeiro, os manifestantes se reuniram na frente da assembléia do estado para protestar contra as medidas de austeridade propostas.

"O estado hoje está em um mar de dívida por causa da corrupção", disse Julio Cesar Azevedo, um líder de uma união que representa os guardas da prisão. "Não é certo que os servidores públicos estejam pagando este projeto de lei". O estado do Rio está em sérios problemas financeiros e muitos funcionários públicos receberam seus salários tarde ou não.

Operação Lava a Jato

A Operação Lava a Jato começou em março de 2014 como uma investigação sobre as alegações de que as maiores empresas de construção civil do Brasil sobrecarregaram a Petrobras, empresa estatal de petróleo, para contratos de construção.

Os pesquisadores acusaram os diretores da empresa - nomeada empresa de petróleo e gás mais ética do mundo em 2008 - de gastar o dinheiro extra no topo como suborno pela adjudicação do contrato.

O que é ruim o suficiente - mas o Partido dos Trabalhadores se encontrou arrastado para o escândalo de corrupção em meio a alegações de ter canalizado alguns desses fundos para pagar os políticos e comprar seus votos e ajudar com campanhas políticas.

Entre os acusados no escândalo estavam dezenas de políticos, e Luiz Inácio Lula da Silva - o ex-presidente do país, extremamente popular, conhecido carinhosamente como "Lula".

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